Capítulo 9 - o pesadelo
Acordou num salto, ofegante a meio da noite com uma dor imensa no peito. Sentia-se constrangida, apertada… Como quem quer gritar mas não pode.Há quanto tempo era assim? Não se lembrava já e agora sentia que sempre tinha sido compelida a calar-se.
Estava habituada a sufocar o choro, a silenciar os gritos. “O passado está enterrado” e deve permanecer enterrado, era o que se dizia a si mesma.
Ninguém sabia, ninguém. Também ninguém acreditaria nela. Era um segredo demasiado terrível e demasiado sujo.
Deitou-se de lado, com os olhos bem abertos, e fingiu que dormia para não perturbar o sono de mais ninguém.